domingo, 2 de novembro de 2008

Zapata.


Emiliano Zapata era filho de Cleofas Salazar e Gabriel Zapata, um camponês mestiço, meio índio, meio branco, que treinava cavalos. No México havia uma enorme concentração fundiária que deixava muitos camponeses sem terra. O governo de Porfírio Díaz empreendeu esforços para que o capitalismo mexicano se desenvolvesse, apoiado no capital estrangeiro e em uma política de marginalização popular.Com grande capacidade de liderança e inconformado com o sistema ditatorial de Pofírio Diaz, Zapata declarou seu desejo de promover a distribuição das terras de latifundiários entre a população carente. Após o manifesto de Emiliano Zapata, o governou mandou prendê-lo. Posto em liberdade, Zapata organizou, sob o lema "Terra e Liberdade", um grupo de indígenas e camponeses, principalmente do sul do país, e passou a realizar ações de guerrilha, ocupando e repartindo as terras.Uniu-se a Pancho Villa, ex-domador de cavalos, ex-bandido e guerrilheiro, que liderava os camponeses do norte com o objetivo de combater o Exército Federal e os grandes proprietários, conquistando vilas e cidades. O primeiro efeito da revolução mexicana, que se iniciou em 1910 foi a derrubada do governo ditatorial de Díaz e a ascensão de Francisco Madero, com o apoio da pequena burguesia urbana e dos proletários, que ocorreu no ano de 1911.

Comandante Marcos.


Em 9 de fevereiro de 1995 o governo do México declarou publicamente que conhecia a identidade de Marcos, identificando-o como sendo Rafael Sebastián Guillén Vicente, ex-professor da Universidad Autónoma Metropolitana (UAM) da Cidade do México.
Guillén nasceu no México, filho de imigrantes espanhóis, estudou no instituto jesuíta em Tampico. Depois se mudou para a capital do México, onde se formou em filosofia na Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) com o trabalho de tese "Filosofia e educação: práticas discursivas e práticas ideológicas em livros de escola primária". Depois começou a trabalhar como professor na Universidad Autónoma Metropolitana e logo iniciou sua atividade com os zapatistas.
Marcos sempre negou ser Rafael Guillén, familiares dizem ignorar o paradero de Rafael, e afirmam que nunca foi realmente confirmado que Marcos e Rafael eram a mesma pessoa. Na marcha até a Cidade do México em 2001, Marcos visitou a UNAM e durante seu discurso deixou claro que já havia estado ali antigamente.
Como muitas pessoas de sua geração, foi afetado pela Matança de Tlatelolco em 1968 e ingressou em uma organização Maoísta, passando posteriormente ao Zapatismo.

EZLN
Depois de ingressar no EZLN, Marcos transformou sua ideologia, rodeado de visões revolucionárias mais pós-modernas, outras idéias que são expostas em seus discursos e ações estão mais relacionadas com os ideais marxistas do italiano Antonio Gramsci, muito populares no México quando estudava na Universidade.

A máscara
O comunicado abaixo do subcomandante de 28 de março de 1994 explica o porquê de esconder os rostos e porque todos os zapatistas dizem que se chamam "Marcos":


"Marcos é gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa, hispânico em San Isidro, anarquista na Espanha, palestiniano em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal, rockero na cidade universitária, judeu na Alemanha, feminista nos partidos políticos, comunista no pós-guerra fria, pacifista na Bósnia, artista sem galeria e sem portfólio, dona de casa num sábado à tarde, jornalista nas páginas anteriores do jornal, mulher no metropolitano depois das 22h, camponês sem terra, editor marginal, operário sem trabalho, médico sem consultório, escritor sem livros e sem leitores e, sobretudo, zapatista no Sudoeste do México." Enfim, Marcos é um ser humano qualquer neste mundo. Marcos é todas as minorias intoleradas, oprimidas, resistindo, exploradas, dizendo ¡Ya basta! Todas as minorias na hora de falar e maiorias na hora de se calar e agüentar. Todos os intolerados buscando uma palavra, sua palavra. Tudo que incomoda o poder e as boas consciências, este é Marcos."